Nasci numa
família indiana e fui criado na índia. Meus antepassados eram sacerdotes da
mais alta casta do hinduísmo, no extremo sul daquele país. A religião está
engastada na cultura indiana, e a índia provavelmente produziu mais religiões
que qualquer outra nação da terra. Só o hinduísmo vangloria-se de ter 330
milhões de deuses em seu panteão. Por conseguinte, uma vida inteira de
observância de cerimônias, rituais, superstições e tudo que se refere a essa
visão de mundo fizeram-me rejeitar por completo toda crença no sobrenatural.
Muitas e muitas vezes eu me perguntava como as pessoas podem de fato acreditar
no que dizem que acreditam; e surpreendia-me com o evidente compromisso das massas
com a credulidade.
É costume
dizer que a Índia é o país mais religioso do mundo. Talvez
seja verdade, contudo muita gente na índia vive na prática como ateu.
Eu era uma dessas pessoas.
Eu achava
que a religião era uma chatice total. Ouvir a ladainha dos
sacerdotes — quer hindus, quer budistas, quer cristãos, quer quaisquer
outros — , que me pareciam vacuidades, fazia-me ficar ansioso
por fugir do que eles chamavam de edifícios sagrados. Eu considerava
as crenças deles superstições geradoras de medo, um meio de lustrar o ego dos
autores e controlar seus seguidores, pois um mantra repetido com suficiente frequência acaba se tornando indispensável para a existência.
O "guruísmo" dos dias atuais, principalmente o da espécie que chamo de "tipo Exportação", viceja na índia hoje porque o secularismo vivido na Europa e exportado para o mundo deixa o interior do indivíduo arruinado e o torna vulnerável a todo tipo de crença. Em termos nietzscheanos. Deus para mim era um ser fabricado. Era isso, pura e simplesmente.
O "guruísmo" dos dias atuais, principalmente o da espécie que chamo de "tipo Exportação", viceja na índia hoje porque o secularismo vivido na Europa e exportado para o mundo deixa o interior do indivíduo arruinado e o torna vulnerável a todo tipo de crença. Em termos nietzscheanos. Deus para mim era um ser fabricado. Era isso, pura e simplesmente.
O ATEÍSMO
PROVOCOU MINHA TENTATIVA DE SUICÍDIO
Albert
Camus começa seu ensaio filosófico O mito de Sísifo com estas
palavras: "Só existe um problema filosófico realmente sério, que
é o suicídio. Decidir se a vida é digna ou não de ser vivida é responder à
pergunta fundamental da filosofia". É uma pergunta assustadora. Na
verdade, à medida que eu seguia o ateísmo para a sua conclusão lógica na minha
própria vida enquanto eu crescia, ela passou a ser a minha pergunta.
Tragicamente,
dois de meus amigos íntimos da faculdade já haviam
conseguido êxito na tentativa de suicídio — um era herdeiro
de uma empresa muitíssimo bem-sucedida, o outro, alguém que
agia por pura falta de objetivo. Então, chegou a minha vez
— uma tentativa atrapalhada que me fez parar num leito de
hospital em Nova Délhi, com os médicos lutando para me manter vivo. Foi nessa
condição inferior que recebi uma Bíblia e alguém leu a história do evangelho
para mim.
Confiei no
Cristo das Escrituras e hoje, quatro décadas mais tarde, depois de ter viajado
pelo mundo dezenas de vezes, falando em muitos países e lecionando em muitas
universidades, descobri que Jesus é mais belo e mais atraente do que nunca.
Isso não
significa absolutamente nada para os novos ateus.
Mas para
mim e para minha família e, eu ousaria dizer, para dezenas de milhares de
outras pessoas em cuja vida Deus me deu uma pequena participação, significou a
diferença entre o desespero e a esperança. Esse Jesus, que encontrei num
momento de experiência, eu testei durante anos de estudo e de procura de conhecimento.
Sua definição da natureza da realidade e de tudo do meu próprio coração
satisfaz a toda prova de verdade a que submeti o ensino. Tenho tanta certeza de
minha experiência com ele quanto tenho de minha existência. Não é de admirar
que as pessoas comuns do tempo de Jesus o ouviam com alegria nem que, quando os
marginalizados pela sociedade eram trazidos a ele para ser julgados, ele lhes
dizia palavras de consolo e condenava os seus acusadores.
Biografia
Frederick
Antony Ravi Kumar Zacharias (Chenai, 1946), evangelista e apologeta cristão
nascido na Índia, emigrou para o Canadá aos vinte anos e vive atualmente nos
EUA. Zacharias é autor de vários livros, incluindo o premiado "Pode o
homem viver sem Deus?" (Can Man Live Without God?) e "Por que Jesus é
diferente?" (Jesus among other gods). Zacharias preside o Ravi Zacharias
International Ministries, apresenta o programa de rádio semanal "Let My
People Think" e é professor visitante do Wycliffe Hall of Oxford onde
leciona apologética e evangelismo.
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