terça-feira, 17 de outubro de 2017

O ATEÍSMO PROVOCOU MINHA TENTATIVA DE SUICÍDIO - RAVI ZACHARIAS

O ATEÍSMO PROVOCOU MINHA TENTATIVA DE SUICÍDIO - RAVI ZACHARIAS

Nasci numa família indiana e fui criado na índia. Meus antepassados eram sacerdotes da mais alta casta do hinduísmo, no extremo sul daquele país. A religião está engastada na cultura indiana, e a índia provavelmente produziu mais religiões que qualquer outra nação da terra. Só o hinduísmo vangloria-se de ter 330 milhões de deuses em seu panteão. Por conseguinte, uma vida inteira de observância de cerimônias, rituais, superstições e tudo que se refere a essa visão de mundo fizeram-me rejeitar por completo toda crença no sobrenatural. Muitas e muitas vezes eu me perguntava como as pessoas podem de fato acreditar no que dizem que acreditam; e surpreendia-me com o evidente compromisso das massas com a credulidade.

É costume dizer que a Índia é o país mais religioso do mundo. Talvez seja verdade, contudo muita gente na índia vive na prática como ateu. Eu era uma dessas pessoas.

Eu achava que a religião era uma chatice total. Ouvir a ladainha dos sacerdotes — quer hindus, quer budistas, quer cristãos, quer quaisquer outros — , que me pareciam vacuidades, fazia-me ficar ansioso por fugir do que eles chamavam de edifícios sagrados. Eu considerava as crenças deles superstições geradoras de medo, um meio de lustrar o ego dos autores e controlar seus seguidores, pois um mantra repetido com suficiente frequência acaba se tornando indispensável para a existência. 

O "guruísmo" dos dias atuais, principalmente o da espécie que chamo de "tipo Exportação", viceja na índia hoje porque o secularismo vivido na Europa e exportado para o mundo deixa o interior do indivíduo arruinado e o torna vulnerável a todo tipo de crença. Em termos nietzscheanos. Deus para mim era um ser fabricado. Era isso, pura e simplesmente.

O ATEÍSMO PROVOCOU MINHA TENTATIVA DE SUICÍDIO

Albert Camus começa seu ensaio filosófico O mito de Sísifo com estas palavras: "Só existe um problema filosófico realmente sério, que é o suicídio. Decidir se a vida é digna ou não de ser vivida é responder à pergunta fundamental da filosofia". É uma pergunta assustadora. Na verdade, à medida que eu seguia o ateísmo para a sua conclusão lógica na minha própria vida enquanto eu crescia, ela passou a ser a minha pergunta.

Tragicamente, dois de meus amigos íntimos da faculdade já haviam conseguido êxito na tentativa de suicídio — um era herdeiro de uma empresa muitíssimo bem-sucedida, o outro, alguém que agia por pura falta de objetivo. Então, chegou a minha vez — uma tentativa atrapalhada que me fez parar num leito de hospital em Nova Délhi, com os médicos lutando para me manter vivo. Foi nessa condição inferior que recebi uma Bíblia e alguém leu a história do evangelho para mim.

Confiei no Cristo das Escrituras e hoje, quatro décadas mais tarde, depois de ter viajado pelo mundo dezenas de vezes, falando em muitos países e lecionando em muitas universidades, descobri que Jesus é mais belo e mais atraente do que nunca.

Isso não significa absolutamente nada para os novos ateus.

Mas para mim e para minha família e, eu ousaria dizer, para dezenas de milhares de outras pessoas em cuja vida Deus me deu uma pequena participação, significou a diferença entre o desespero e a esperança. Esse Jesus, que encontrei num momento de experiência, eu testei durante anos de estudo e de procura de conhecimento. Sua definição da natureza da realidade e de tudo do meu próprio coração satisfaz a toda prova de verdade a que submeti o ensino. Tenho tanta certeza de minha experiência com ele quanto tenho de minha existência. Não é de admirar que as pessoas comuns do tempo de Jesus o ouviam com alegria nem que, quando os marginalizados pela sociedade eram trazidos a ele para ser julgados, ele lhes dizia palavras de consolo e condenava os seus acusadores.


Biografia

Frederick Antony Ravi Kumar Zacharias (Chenai, 1946), evangelista e apologeta cristão nascido na Índia, emigrou para o Canadá aos vinte anos e vive atualmente nos EUA. Zacharias é autor de vários livros, incluindo o premiado "Pode o homem viver sem Deus?" (Can Man Live Without God?) e "Por que Jesus é diferente?" (Jesus among other gods). Zacharias preside o Ravi Zacharias International Ministries, apresenta o programa de rádio semanal "Let My People Think" e é professor visitante do Wycliffe Hall of Oxford onde leciona apologética e evangelismo.

Fonte: A morte da razão – Ravi Zacharias

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